DEPOIMENTOS




Autora: ELIZABETH AMARAL RAMOS GUARANHA




Minha mãe era professora e sempre ganhei livros, mesmo quando ainda não lia. Ou melhor, não decodificava as letras, pois acho que sempre li as gravuras. Inventava histórias, partilhava com meus amiguinhos, filhos de outras professoras. Havia mais três delas em minha rua e somávamos nove crianças com idades próximas. Muitas destas crianças ficavam aos cuidados de minha avó, pois ninguém tinha ajudante. Para passar o tempo, meu avô nos reunia (os nove) e contava histórias que iniciavam com o mote: "No tempo em que os animais falavam...". Tempos incríveis eram aqueles. Cresci, fui para a escola, neste momento já alfabetizada. Minha professora, Dona Mírian, levava livrinhos para eu ler, porque acabava as lições muito rápido. Quando cheguei à quinta série, Dona Teruko levava muitos livros para a sala e devíamos ler para contar para os demais alunos. Minha escolha: "Sofia, a desastrada "da Condessa de Segur. Pobre Dona Teruko, vários pais foram à escola dizendo que ela "matava aula". Como soube disto? Minha mãe era professora no Dom João e ouvi quando indignada fez este comentário com uma vizinha-professora que também ficou decepcionada com a atitude destes pais. Fiquei morrendo de medo de minha professora interromper as aulas de leitura. Para minha felicidade, ela não desistiu de nós, nem dos livros. Admiração e respeito, sinto isto por ela. Lia de tudo, chorava, ria, me emocionava com as histórias. Isto permanece em minha vida. às vezes estou lendo e começo chorar e meus filhos perguntam; "Mãe, que personagem morreu????". Sempre falo para meu alunos que quem lê, NUNCA está sozinho. Quem lê, traz consigo o passado, vive o presente e antecipa o futuro. Escrever sobre estes momentos,lembrar-me de fatos tão sublimes, trazer para o presente pessoas tão especiais tornou esta experiência de escrita algo delicioso e melancólico.Como declarou Anna Verônica em seu depoimento " (...) fico só com o constrangimento de calar diante da estreiteza de minha linguagem".









Autora: DENISE LIMA




A leitura me completa e me faz rir, chorar, imaginar, viajar, sonhar, entender, refletir...acho que é essa a função de muitos livros, e como eles desempenham tão bem esse papel! O que seria de nossa civilização sem eles, mas sem exagerar, é isso mesmo! Como não entrar dentro de um livro, desculpem-me pelo pleonasmo, porém a leitura faz isso “entrar dentro de um livro”. Quando apreciamos a leitura, tudo ocorre dentro da nossa mente como se fosse a verdade acontecendo ali, naquele momento, num mundo paralelo, e nós, observadores ativos dessa arte.


Revirando minhas lembranças sobre leitura veio à mente minha irmã mais velha, pois eu sempre a via lendo um livro. Seus autores preferidos eram Agatha Christie e Sidney Sheldon. Confesso que Sidney Sheldon se tornou um dos meus preferidos também.

Quando era pequena, havia em casa uma coleção de fábulas que a minha mãe comprara desses vendedores que passavam de porta em porta (mascates). Minha mãe não sabia ler direito, mas se preocupava com nossos estudos e sabia dessa importância - a leitura - para nosso desenvolvimento. Sempre que um professor solicitava a leitura de algum livro, ela fazia questão de comprá-lo. Um dos livros que mais me recordo desse início de leitura é Pollyana, apesar da história ser “batida”, ainda acho linda. Sempre me lembro do jogo do contente e procuro ver o lado bom das coisas, na medida do possível.

A leitura me ajudou a suportar momentos vazios e sozinhos, preenchendo conversas que gostaria de ter e momentos que gostaria de viver. Entretanto, explicar os detalhes seria um tanto saudoso demais. Acredito que a leitura chegue às pessoas com alguma finalidade, por isso, para mim, nunca foi obrigatório e sim, muito prazeroso e sua finalidade totalmente alcançada e ampliada.






Autora: DIOVANA FIRMINO RODRIGUES



Gostaria de compartilhar a minha experiência com leitura e escrita. Comecei o processo de leitura na minha infância , quando ouvia na escola as professoras contarem histórias. Quando estava sendo alfabetizada, uma professora ia na escola um vez por mês contar histórias bíblicas. Ela contava histórias ,usando uma tela de flanela onde ia colocando figuras de personagens e heróis da Bíblia. Quando chegava em casa, tinha vontade de ler a Bíblia, mas não entendia nada ,porque não lia direito. Mas com o tempo , conforme insistia com a leitura, lia trechos e depois textos da Bíblia. Com os meus 12 anos de idade ,já tinha lido a Bíblia toda. Depois comecei a escrever pequenos poemas num caderno , durante a adolescência.








Autora: ELIANE PEREIRA DOS SANTOS


Minha experiência com a leitura começou muito cedo, antes mesmo de ser alfabetizada. Minha família nunca teve muito interesse pelas obras, mas me incentivava com livros ilustrados e dinâmicos. A partir das imagens, eu tentava decifrar o que o texto queria transmitir, e na maioria das vezes tinha muito sucesso em minha interpretação. Lia tudo o que aparecia na frente, desde os rótulos dos produtos até os letreiros das lojas, e isto certamente facilitou minha aprendizagem nas séries iniciais.

Tenho grandes recordações da cartilha Caminho Suave, dos textos que tanto me divertiam em cada capítulo, todos retratando o cotidiano de uma família muito especial, com personagens marcantes, em torno das quais eram construídas pequenas e envolventes histórias. Eu cheguei a decorar várias dessas narrativas e lembro com carinho das situações vividas pelos protagonistas, que tanto se assemelhavam à vida real.

Na adolescência, fiquei cativada por uma coleção de livros que acredito fazer parte da vida de muitos leitores: a série Vaga-lume. Eram histórias de drama e aventura, voltadas para o público juvenil, que sempre ofereciam uma reflexão acerca de seus temas, de modo a estimular os valores éticos .

Depois disso, meu interesse se voltou para os clássicos, uma leitura difícil, que exigia pesquisa e reflexão para se compreender, mas tão prazerosa quanto as outras. E tal fascínio pelas obras me despertaram a paixão pela Língua Portuguesa, esse universo maravilhoso e amplo, que enriquece minha alma a cada nova descoberta.

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